sexta-feira, 19 de abril de 2013

Khaleege



  A palavra Khaleege ou Khaliji, significa tudo o que é referente ao Golfo, inclusive as pessoas que lá nasceram, que muitas vezes não se consideram árabes, pois têm outras descedências de sangue e tradição, mas se consideram khaliji.

   O Golfo compões de diferentes países como Kuwait, Bahraini, Qatar, Emirados Arabes, Irane Iraq onde você poderá observar uma diversidade cultural intensa com significativas diferenças entre a dança e a música.

   Ou seja, cada país possui o seu estilo próprio de dançar e em geral sabe-se muito pouco sobre as diferenças e classifica-se tudo como “Danças do Golfo”.

Muitas das danças denominadas khaleege são executadas por homens!
o  que dançamos é a dança feminina ou Dança das mulheres cujos termos diferem de um país para o outro, sendo Raks al Nasha’at para a Arábia Saudita ou Kawaliya no Iraqi, por exemplo que é mais rápido e individualizado.
 
A dança tornou-se conhecida pois no Egito, os shows de música e dança incorporaram o estilo para homenagear os turitas sauditas, portanto, muitas vezes é possível encontrar um trecho de  soudi ou chobi (ritmos típicos do Golfo) em meio a um repertório musical de Dança do Ventre.
    
Raks al Nasha’at tradicionalmente acontece nas comemorações de véspera de casamento, quando as mulheres se reunem para pintarem-se com henna e cuidar da noiva. Como acontece em um ambiente feminino as canções podem conter brincadeiras em relação a noite de núpcias, improvisadas com as histórias da própria família. 
 
Conhecida também por Khaleegy, a Al Nashar’ar é um estilo tradicionalmente feminino cujo os movimentos de maior destaque visual são as combinações de pescoço-cabeça-cabelo, ombros e específicos gestos de mãos. A palavra Al Nashar’ar refere-se ao balanço dos cabelos e Khaleegy quer dizer do Golfo.
O ritmo de base é o soudi (e compreende uma infinidade de ritmos menores), a vestimenta, o kaftan corresponde a uma túnica de mangas avantajadas, muitas vezes transparente (para ressaltar os trajes de baixo que são em geral vestidos de festa)  aberta nas laterais ou com um tecido extra para facilitar a movimentação dos braços.
Principais movimentos
Basicamente os passos do Khaleegy é relativamente simples. Os pés alternam em planta e metatarso dando a impressão sutil de que as bailarinas mancam.

passo básico dos pés: transferência de peso direita-esquerda-direita planta-metatarso-planta.

oito de quadril : suave oito lateral com ênfase para trás.

shimmy de ombro: vibração delicada dos ombros

pescoço-cabeça: a cabeça desliza sobre o pescoço, o movimento nasce na nuca.

pescoço-cabeça-cabelo: Jogar os cabelos de um lado ao outro, jogá-los à frente e para trás, desenhar oitos e círculos no espaço.

braços e mãos: Diversas são as posturas, os braços podem apoiar-se um no outro pelo cotovelo para circulação de pulso, ondular e tremular as mãos.Segue abaixo alguns significados dos gestos:

tremular as mãos de alto a baixo: representa a chuva ,  fio de água caindo, pandeiro.
pontas dos dedos no queixo Al Assal: representa o mel, dar mel, ser doce como o mel, doçura.
palmas no alto: no passado a lua crescente, pedido súplica aos céus, aos deuses, atualmente à Allah.
Bater os pulsos: representa as pulseiras e conferem à significados mágicos do passado.
dedos na testa: representam a felicidade.

Dançar com o Kaftan: Geralmente utiliza-se a parte da frente da túnica para desenhar oitos e círculos no espaço, o primeiro lembra as ondas do mar o o segundo dá a impressão de uma cavalgada. A manga é utilizada para cobrir a cabeça como uma beduína.

A estrutura: Como faz parte das festas, a dança é improvisada. As mulheres se reúnem e seguem uma líder, geralmente a mais velha é quem dita os movimentos, um resquício das antigas hakins? Pode ser. A configuração do grupo se faz em círculos ou em retas e pode terminar em uma grande roda com solistas no centro, ajoelhadas com uma das mãos no peito e os cabelos agitando-se em grande velocidade.

maiores informações encontre no site de Kay Hardy:
 
 
Stephanie Borges
Templo de Bastet
Núcleo de Ensino e Pesquisa em Danças do Oriente
Rio de Janeiro - RJ

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Um pouco sobre a possível origem da Dança do Ventre



Como primeiro post, acho importante começarmos com as possibilidades da origem da Dança Oriental.

Também conhecida como Raqs Sharqui, a Dança do ventre existe provavelmente há milhares de anos. Muitas são as teorias sobre suas origens, uma das quais é que suas raizes surgiram na India, sendo difundida pelos ciganos e então divulgana no Ocidente.

Dizem também que ela surgiu no Antigo Egito de acordo com as antigas danças ritualísticas da Idade da Pedra, em religiões que cultuavam a Deusa.

Também acreditam que a Dança surgiu como forma de arte nas cortes tanto sob o Império Romano quanto mais tarde no Império Otomano.

Infelizmente não há documentos suficientes que comprovem a Dança até o século XX e a documentação existente é difícil de interpretar pois a dança é uma arte visual e o que se tem é a visão subjetiva do espectador. Uma pequena estatueta do século II d.C mostra uma dançarina em pose típica de dança oriental, tocando instrumentos antecessores dos snujs que usamos hoje em dia.

A dança é uma parte integrada na música árabe. É difícil acreditar que uma dança que interpreta em alto grau cada nuance da música possa ter mudado tanto, ainda mais sabendo que a música tem fortes raízes que remontam ao passado da cultura árabe.

Tanto música quanto dança são partes do dia-a-dia no mundo árabe, pessoas se encontram, tocam e dançam cotidianamente. A dança e a música tradicional são elementos importantíssimos em ocasiões como casamentos e aniversários.

A execução da dança e a musicalidade tem sido preservados em muitas tribos e famílias que tradicionalmente trabalham com a divulgação desta arte e cultura, como por exemplo a Ouled Nail e Ghawazee, que tem preservado a dança e a música de forma original mesmo depois de tantas mudanças com o passar dos anos e séculos.

Agora analizando a dança de forma ritualistica, é claro que seria uma linguagem universal, que no alvorecer da história era uma exaltação ao divino, um meio de união, prece e magia. A dança acompanhava os movimentos da vida, cada estação era recebita com danças, ajudando nas colheitas e afastando as calamidades.

Acreditando na possibilidade do surgimento da dança no período neolítico, quando a Mãe Terra, a Grande Deusa era adorada  e todas as criaturas seus filhos, louvada em ritos onde as mulheres dançavam procurando receber a força da Grande Mãe.

Dançando com movimentos sinuosos, em ambientes de alegria e prazer, essas mulheres realizavam seus aprendizados sobre a sexualidade e maternidade, sendo também um meio eficiente para afastar todos os perigos da gestação e dar vida a filhos cheios de vigor e saúde.

A dança antiga que as Sumérias, Acádias, Babilînias, Egípcias e Asiáticas aprenderam se seus ancestrais é uma expressão ritualística sagrada da identificação entre a mulher e a Grande Mãe. Aproximando também às origens do universo, repetindo atos sagrados e divinos da criação.

Celebrando o sagrado feminido da criação, a fertilidade, a sedução e a sensualidade da mulher, relacionando aos benefícios orgânigos a dança trabalha os órgãos internos, normatizando suas funções, aumento da flexibilidade do corpo, trabalhando a auto-estima da mulher, o auto-conhecimento, a criatividade, improvisação e sensibilidade de quem pratica.

Stephanie Borges
Ventre - Tribal - Cigano
(21) 99587262

Templo de Bastet
Rio de Janeiro - RJ